Os dois laudos técnicos sobre a Ponte Júlio de Castilhos, em Jaguari, afirmavam que a estrutura não corria riscos estruturais a curto prazo, mas com uma importante ressalva: era preciso fazer manutenções e restrições de passagem de veículos, para que a segurança e a vida útil da estrutura pudessem ser preservadas. Mas providência nenhuma foi tomada até domingo, quando parte da ponte caiu. Agora, prefeitura e Ministério Público divergem sobre as responsabilidades.
'Dia 31 de maio é o meu novo aniversário', diz motorista que sobreviveu à queda da ponte em Jaguari
'Deus estava comigo', diz caminhoneiro sobre o momento em que a ponte de Jaguari caiu
Segundo a promotora de Justiça de Jaguari, Luiza Pinto Trindade, o MP não poderia passar por cima das decisões do Executivo, e medidas como a restrição de veículos caberiam à prefeitura.
Pedimos um laudo que atestava que a estrutura não corria risco a curto prazo e o laudo não pedia a restrição de veículos. Se, no laudo feito pelo engenheiro do MP, tivesse sido constatada a necessidade de restrição, o MP teria solicitado isso à prefeitura. Como essa solicitação partiu do laudo apresentado pela prefeitura, era de dever deles realizar a medida afirma a promotora.
Já o prefeito João Mário Cristofari (PMDB) afirma que o laudo do engenheiro Eduardo Rizzati foi anexado ao inquérito do MP, para que uma medida fosse tomada conjuntamente:
Entregamos o laudo ao MP para sermos orientados e para uma medida em conjunto. Nunca fomos notificados para fazer a restrição. O MP fez nova vistoria, e o laudo foi mais brando e não pedia restrição de passagem.
A promotora acrescentou que, na época, não havia risco para a comunidade, já que, segundo ela, nenhum dos laudos pedia medidas urgentes. O MP aguarda a análise da perícia para saber o que teria causado a queda.
O engenheiro Andre Antônio Barth disse ao "Diário" que dúvidas seriam respondidas por seus superiores. Por e-mail, a coordenadora da Unidade de Assessoramento Ambiental, Gislaine Rossi Luckmann, informou que só os promotores podem comentar os relatórios. O engenheiro Eduardo Rizzatti não foi localizado pela reportagem.
Abastecimento normalizado
Até a tarde desta terça-feira, cerca de 70% das 600 famílias que ficaram sem água já contavam com o serviço. Segundo o chefe da Unidade de Saneamento da cidade, Paulo Giovani Angenefe, a previsão é que o serviço seja normalizado até quarta-feira.
Equipes da Corsan seguem distribuindo água em caminhões-pipas para os moradores, além de ser utilizado o sistema de hidrante. Segundo Angenefe, uma medida mais definitiva está sendo elaborada:
Estamos trabalhando para resolver a situação o mais rápido possível. Agora, só esperamos uma liberação da ALL para que possamos fazer a interligação das tubulações por mei"